sexta-feira, 22 de abril de 2011

sobre a propagação do som

"Eu vou beber hoje, amanhã, depois e depois."

O moço na vila do lado do meu prédio não precisava berrar, eu o estaria escutando assim mesmo, como se falasse comigo olho no olho. Ao som de mpb, sambas antigos e rock nacional, ele bate palmas e canta alto, divertindo-se com os amigos no pátio de casa. Da casa dele, claro. Só que as leis da física, como em todos os fins de semana, não estão a meu favor. Os sons da música, das vozes e das palmas (irritantes) são expulsos para fora da caixa acústica que forma o pátio da casa, rebatem no muro em frente à casa (o mesmo que separa a vila das dependências do meu prédio) e sobem, claros, vindo parar em todos os cômodos do meu apartamento. Óbvio que o percurso oposto o som não segue, de modo que não posso nem reclamar... Eu usei de todos os artifícios que conheço. Apesar de ter faltado luz e de não ter como ligar ar condicionado ou ventilador, fechei as janelas, determinada a trocar o vento fresco da noite por um pouco de silêncio. Não deu. Tapei os ouvidos com travesseiro, com algodão, tentei abstrair, tudo, e nem o Yan Tiersen ajudou a dormir. O que eu faço? Já são quase duas, ainda é 5a feira, e o vizinho prometeu que vai beber hoje, amanhã, depois e depois.

É...

Nada de descanso pra Diana nesse feriado...