quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

28 de Dezembro de 2009

Em algum ponto do Céu entre o Rio e Belo Horizonte...


Ninguém merece!!! Estávamos preparados para pouso, descendo no Galeao, no meio de uma nuvem branca muito espessa, com a tendência a ficar cinza e negra quanto mais baixa nossa altitude. Chovia e o aviao balancava muito... Mas nao parecia perigoso.
De repente, o aviao parou de descer, acelerou e comecou a subir. Eu acompanhei todos os movimentos da asa: ele subiu, fez curvas, desceu, subiu de novo, mais alto, foi pra mais longe, pra uma parte do litoral, com praias mas sem calcadao, pra uma parte montanhosa da cidade (ou fora da cidade), sem vista pro mar, e ficou um tempao nessa brincadeira.
Qualquer um notaria que ele tava nos enrolando. Eu pensei: ou ele tá esperando algum outro aviao passar ou pousar, ou é a chuva que tá atrapalhando, ou o aviao foi sequestrado e nao nos contaram. Pronto. Fiquei vendo as aeromocas sentadinhas nos seus banquinhos, calmas, impassíveis, fingindo estar tudo normal, enquanto um terrorista escondido no banheiro mantinha uma metralhadora mirando suas cabecas. Fiquei imaginando uns caras na cabine do piloto forcando ele a fazer movimentos pra lá e pra cá enquanto decidiam se explodiam o Pao de Acucar ou o Cristo Redentor, sem saber o que causaria mais efeito na mídia.
Deixei de viajar, e entao fiquei com medo de o piloto ter recebido uma ordem de última hora para pousar no aeroporto S. Dumont, de onde seríamos levados de ônibus para o Galeao, naquele belo trânsito de cinco da tarde do Rio. Rezei pra que nao fosse isso. "Eu vou perder meu vôo pra Paris!!" (eu pensava, bem frescamente.)
Mal eu sabia.
Entao, aquela vontade básica de fazer xixi, que eu tava segurando há séculos, comeca a gritar que nao aguenta mais esperar. Eu levanto, e a aeromoca anuncia (praticamente exclusivamente pra mim): "Permanecam sentados!! A aeronave está em procedimento de descida!" Eu olho pra ela, aponto pro banheiro, ela faz que nao com o dedo, eu sento de novo, resmungando chateada: "Procedimento mais demorado..."
Mais uma vez o aviao mergulha, e bem quando eu pensava, até que em fim!, ele volta a subir e o sinal de apertar os cintos apaga. Mal sinal.

"Senhoras e Senhores, aqui é o Comandante. O aeroporto Galeao está sob uma chuva MUITO forte, e infelizmente foi fechado, portanto estamos seguindo agora para o aeroporto de Confins, em Belo Horizonte."

Eu gostava mais da idéia do ônibus no trânsito das cinco da tarde.

Fim das Férias-em-casa.

Pois é... Foi bom enquanto durou. Foi curto, foi corrido, às vezes foi triste, às vezes estressante. Mas eu tava no calor de Belém, no conforto de casa, no xodó da mamae, no cheiro da comida da Dal e da Vovó, no riso das minhas irmas e dos meus primos, nos abracos infindos da minha família imensa e linda, dos meus amigos, dos meus amores. Eu tava em casa. E agora tô voltando pra outra casa. A volta pra lá é diferente de como foi a primeira vez. Dessa vez eu sei o que me espera. Dessa vez eu sei o que tenho que fazer, e quanto tempo eu vou ficar. Eu queria muito poder ficar em Belém mais tempo, ou mesmo de vez, pra dar tempo de ver todo mundo e abracar todo mundo e comer tudo que eu sinto saudade de comer, e provar as coisas novas e ver o que eu sinto tanta falta de ver. Mas agora eu preciso ir terminar o que eu comecei, pra voltar de mala e cuia pro meu aconchego, daqui a exatos dois meses bastante frios.

Obrigada, Família! Vocês me deram as minhas melhores Férias-em-casa! (mesmo sem praia. =)
Amo muito vocês, e me esperem, amores, que eu já já tô chegando de novo. Depois do inverno, uma nova temporada das flores, mas dessa vez vai ser uma temporada bem misturadinha com a vida real - ao vivo e em cores. =)

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Chovendo

Na varanda. Ouvindo os passarinhos, os cantos mais diferentes, ouvindo o barulho do trânsito, o barulho de um avião passando, o choro de uma criança na vila do lado do meu prédio. Mais passarinhos, uma buzina, o vento nas folhas - de manhã cedo o vento é frio e arrepia os braços - um ônibus passou. A criança não chora mais, um carro arrancou apressado quando o sinal abriu, alguém tá abrindo o cadeado de um portão, alguém fechando uma porta, outro alguém pedalando uma bicicleta barulhenta, passarinho, que som é esse? Esse som é o som de home, sweet home, som de Zuhause, som da minha cidade acordando e indo trabalhar/estudar/brincar/voar/viver.


"Eu nunca fui embora, mesmo quando parti. Fui voltando pra tua porta, vivo chegando aqui." Nilson Chaves

em casa, 15 de Dezembro de 2009.

Cântico XXII

nem sei se já escrevi esse aqui, mas é conveniente. =)


Não busques para lá.
O que é, és tu.
Está em ti.
Em tudo.
A gota esteve na nuvem.
Na seiva.
No sangue.
Na terra.
E no rio que se abriu no mar.
E no mar que se coalhou em Mundo.
Tu tiveste um destino assim.
Faze-te à imagem do mar.
Procura o mar.
Dá-te à sede das praias
Dá-te à boca azul do céu
Mas foge de novo à terra.
Mas não toques nas estrelas.
Volve de novo a ti.
Retoma-te.

Cecília Meireles


Fui ao mar, às praias, subi aos céus e contemplei as estrelas, ainda de longe, mas não tão longe.
Agora é hora de chover, pra depois fugir ao mar novamente; mas agora eu chovo. Chovo por três semanas seguidas...

(em 13/12)

no Caminho para Belém... (13/12)

Nem acredito... Tô indo pra CASA!!! Só de lembrar disso me dá um frio na barriga... Ai God. Bom, até agora, tudo mais que perfeito. Ontem no aeroporto eu e a tia Ana Rosa demoramos quase duas horas pra nos acharmos, mas o dia foi ótimo!! Chegamos na casa dela em Niterói, e o tio Fernando tava preparando tapioquinhas pra gente. Ai, uma delícia! Boa parte das minhas saudades gastronômicas a tia Ana Rosa satisfez. Fez carne assada, feijão, arroz e farofa pro almoço, suco de laranja, suco de abacaxi, picolé de limão, água de coco (!!!) bem gelada na orla de Niterói, e até pão de queijo. =) Maravilhoso! Eles foram o máximo. Na hora do almoço fomos visitar a Lili no shopping onde ela trabalha. Tão linda a minha prima... Não tem horas suficientes pra matar a saudade dessa menina. De noite (depois de eu dormir umas nove horas seguidas) ela chegou do trabalho e a gente ficou conversando até 2h da manhã, comendo waffles e lendo C. F. A. Foi uma delícia, queria que não acabasse... Mas aí ela dormiu e eu fui arrumar minhas malas, meu vôo pra Belém seria de manhã cedo no Domingo, e eu queria ter tudo prontinho. Na hora a gente até se atrasou um pouco, mas eu tive sorte... porque já tava na hora do vôo, eu fui contemplada com 20kg de excesso de bagagem grátis! Dei muita sorte, ia dar mais de 200 reais! E deu tudo certinho, sentei do lado de uma menina legal de Macapá e agora estou confortavelmente aproveitando as mordomias que só um vôo TAM pode oferecer. =D Pode parecer propaganda, mas é verdade: nem meu vôo internacional foi tão confortável. Sensacional! E mais sensacional ainda... Tô chegando em CASA!!!!

Chegando no Rio! (12/12)

Vôo mais que agradável, com direito até a um episódio de F.r.i.e.n.d.s! =) A companhia foi das melhores, e eu até consegui dormir alguma coisa! Só a comida que perdeu muitos pontos... Mas não faz mal. Tenho que lembrar que nada é perfeito e trazer snacks na próxima vez. Ninguém merece passar fome de madrugada no meio do Atlântico...

Dentro do Boeing! (11-quase-12 /12)

Cheia de tranqueira, toda desastrada, num seat tão apertado que me lembra o Grande Ônibus Lotado (GOL). Na hora do embarque me deu um desespero, quando eu vi meu nome na tela da Tv, "D. Almeida", onde se lia "passengers please go to the closest Air France counter", algo assim. E lá fui eu, e todos os balcões VAZIOS! Que que se faz numa hora dessas? Eu desesperada, achando que eu tinha feito algo errado, eu já tava desconfiando que eu tinha que imprimir outro bilhete, mas eu fui passando e foram deixando, aí eu não imprimi. Agora eles tavam me chamando. Pra quê?? A lesa aqui foi até o outro lado do aeroporto, e nada de achar um balcão ocupado... Aí, fazer o que, né... Voltei pro meu Portão. E chego lá, o balcão mais próximo tinha UM funcionário, e uma fila enorme de passageiros com seus nomes na tela, sem entender nada, como eu.
No final não era nenhum problema, na verdade não era NADA. E eu me estressei sem motivos e ainda perdi um tempão.
Bom, agora já estamos todos embarcados e sentadinhos, e tem um casal muito fofo de alemães sentados do meu lado, dizendo que meu alemão é perfeito. =D Ganhei meu dia. Não que eu acredite, mas é sempre bom um incentivo, né? Hum. Bon Voyage!

Aeroporto Charles-de-Gâule, Paris. (11/12)

Acabei de achar um celular bonzão dando sopa no chão da sala de embarque. Que engraçado que é o sentimento... Não sabia o que fazer! Fiquei em pé com o celular na mão, olhando ao redor, procurando o dono... Como se ele fosse estar sentado a dois metros de distância do celular caído no chão, ou andando pelo salão à procura da capa de couro preto... Há. Sentei e coloquei o bichinho na cadeira do lado, pensando no que fazer.
Minhas opções eram:
1- entregar a alguém no aeroporto, um funcionário, e contar a história, sabendo do risco de o dono nunca mais ver seu aparelho novamente.
2- Xeretar nos contatos e nas últimas chamadas, e ligar pra alguém próximo do dono e descobrir pra onde mandar o aparelho perdido. Claro que aí tem o risco de o dono te achar xeretando no celular dele, o que não é nada agradável...
3- Deixar ele ali mesmo, talvez o dono volte depois, talvez apareça outro dono, sei lá...
4- Ser o próximo dono (amo) do gênio da lâmpada e pronto.

Era um celular daqueles Blackberries com internet, chamadas internacionais quase de graça etc. Bom, ainda assim me decidi pela opção nº2 e, se não obtivesse sucesso, pularia para a nº4. E foi assim: me bati pra destravar o aparelhinho, que era muito tecnológico pra o que eu tô acostumada. O nome do cara estava logo na tela de fundo, mas isso não me ajuda muito... Fui pras últimas ligações, e não era nenhum nome, era alguma coisa com "kind", e eu pensei, ótimo, posso falar em alemão! Mas do lado estava escrito "(PO)", o que podia significar Polônia, e não seria nada bom, só sei falar palavrão em polonês... esolvi tentar a lista de contatos, mas tava tudo em francês, e eu tava lá me batendo com meu novo brinquedinho, um Blackberry usado com mil informações em francês de alguém desconhecido, quando o tal alguém aparece atrás do meu ombro e diz "Oh... I think that's... that's mine!" Blé.

Chegando em Paris! (11/12)

Dia sem noção! Ainda bem que minha enxaqueca passou, senão não teria conseguido! (dois dias de enxaqueca non-stop... um terceiro dia e eu ia arrancar minha cabeça fora.) E graças a DEUS a Gi e a Vane dormiram lá em casa ontem, e a Vane me ajudou MUITO hoje, tanto na arrumação da mala quanto da casa. Se não fosse por ela, nem sei...
No final deu tempo de quase tudo, só não fiz alguns cartões de Natal importantes, uma pena...
No aeroporto foi tudo bem. Foi todo mundo me deixar: A Manuela, a Felia, o Luca e o Willi, e até a Alexa apareceu! Muito fofa. =) Eu adorei. "Ich wollte dich noch mal drücken, bevor du fliegst!", ela disse. =)
Na hora de embarcar perdi meu creme de lavar o rosto. =( Porque tinha mais de 100ml de espaço vazio!! Tosco...
Bem, a coisa mais fofa foi eles acenando (pulando!) quando eu desaparecia no portão de embarque... A Felia olhando sem entender nada, o Luca gritando "winke-winke!" e a Manuela pulando com os braços balançando no ar. Muito lindos! Me senti tão querida!
Agora estamos aterrisando em Paris, e eu vou ter 3h de espera... até embarcar pro Rio de Janeiro!! =) Mal posso esperar pra sentir calor de novo. \o/ Uhuw!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Já é tempo...

... de abrir o coracao e sonhar!




Natal na cidade mágica que eu tô morando. Tá tudo tao lindo!!! Dá até pena de sair daqui antes do Natal chegar, mas eu tô super nem aí!!! Porque "eu tô voltando pra casa, eu tô voltando!"... Entao, último fim de semana na cidade mágica enquanto ela tá mágica... Com nada mais nada menos que....... meu namoradoooo! =D

Amo!

Winterdom!

Sair no frio, no escuro, tarde da noite, pra ir pra rua mais famosa da cidade, mas nao pra dancar. Pra comer algodao doce. O que um desejo nao faz né... Fogos de artifício muito xoxos, um frio de rachar, uma roupa nao-de-inverno, e um algodao doce super caro. Tudo isso e ainda assim eu me diverti muito!!! Bianca e Jenn completaram a cena com fotos brilhantes e carrinhos desvairados (ou motoristas desvairados, eu devo dizer). Resultado: boca roxa do frio, perna roxa das batidas violentas e um sorriso irremediável no rosto!! =)