quarta-feira, 1 de setembro de 2010

"Grande Ônibus Lotado" ou "Marex Ver-o-Peso"

Depois de um calor básico num ônibus com o dobro da quantidade normal de passageiros...

Cheguei do aeroporto. Deixei ela o mais perto possível do Avião - naquela linha que as pessoas sem cartão de embarque não podem ultrapassar. Uma moça falou do vôo 1874, mas na verdade era 1873, e a moça disse, "é, esse mesmo. Venham comigo. São vocês duas?" Bem que eu queria... Não, só ela. Aí eu me despedi, elas ultrapassaram a linha e eu fiquei olhando... Sabia que ela não ia olhar pra trás, porque não ia me ver acenando, então só vi ela se afastando até sumir. Disse pra ela me ligar quando entrasse no avião, mas não aguentei e liguei antes. Ela disse que a mulher não sacava das coisas, eu disse que ela falasse o que precisava, que disesse de que lado ela enxergava melhor, pros outros saberem, pra ela se sentir segura... Ela riu dizendo que sabia, que eu não me preocupasse. Ahan.. Fácil, fácil.
Fiquei um tempão na parada... Celular num bolso, dois reais no outro, um pacote de mentos na mão, sendo devorado em longos trinta minutos... Ela ligou "tô entrando no avião!" na hora que eu estava entrando no ônibus.
Foi ela que me deu os dois reais e o mentos, porque o papai, que foi deixar a gente lá, tinha que ir pro trabalho e só quem ficou fui eu. Até então eu tinha só o celular na mão e uma emoção contida porque o que eu tanto tinha sonhado, incentivado, dito, relaxa mãe, vai dar tudo certo! Agora ia acontecer. Minha irmã vai viajar sozinha, e eu que vou resolver tudo do embarque dela, não posso deixar nada passar, não posso esquecer nada, tudo tem que ser perfeito... "É o suficiente pra ti?", disse ela pegando o troco e me dando os dois reais. "É, só não posso pegar o ônibus errado." "Di, não vai pegar o ônibus errado, hein! É só pegar um que vá pra Almirante!". Hahaha... tão fofa.
Aí eu entrei no meu ônibus ao mesmo tempo que ela entrou no dela. O dela era o grande ônibus lotado, o meu era um Marex Ver-o-Peso que, tchum, virou numa ruazinha e entrou numa garagem, todos tinham que sair. Ai, e agora? Moço, todo mundo tem que descer? Sim. E eu tenho que pagar pra entrar no outro? Não. Menos mal. Tinham três, entrei num que já tava saindo e sentei na janela com sombra. Sorte.
Ou não.
Chegando no final da Dr. Freitas, naquele lugar que eu não sei nem identificar no Google Maps, e que são muito calos pra andar até em casa, o ônibus encostou e não saiu mais do lugar. Eu tranquila, olhando a paisagem que não se mexia, e quando dei por mim, só tinha eu e o cara do meu lado no ônibus. O cobrador e o motorista já tavam na rua, esperando pra dar o sinal pro próximo Marex que passasse.
Ai, meu Deus... Será possível? Bom, assaltada é que eu não vou ser. 15 centavos num bolso e um celular velho no outro, um par de havaianas arranhadas pela Cherrie, calça jeans suja de Cheetos e uma blusa do mágico de Oz bem suada por causa do sol das três da tarde...
Se me recusarem ônibus de graça, tenho um longo caminho pela frente, ou talvez uma longa espera por uma carona, ou pelo menos uma boa história pra contar.

E o ônibus dela, que horas será que ele chega?

2 comentários:

Luisa Leão disse...

=D
Adorei.
Tu és linda e eu sou uma besta que choro com praticamente todos os tue posts.
Sabia que na minha viagem pensei em ti e na tua criatividade, e na forma linda que usas as palavras. Pensei que com certeza iria ver coisas lindas e viver momentos especiais, mas não iria escrever grandes emails envolventes nem posts emocionantes como tão bem sabes fazer.
Tenho muito orgulho de ti.
Te amo!

Luisa Leão disse...

=D
Adorei.
Tu és linda e eu sou uma besta que choro com praticamente todos os tue posts.
Sabia que na minha viagem pensei em ti e na tua criatividade, e na forma linda que usas as palavras. Pensei que com certeza iria ver coisas lindas e viver momentos especiais, mas não iria escrever grandes emails envolventes nem posts emocionantes como tão bem sabes fazer.
Tenho muito orgulho de ti.
Te amo!