E aí fui pra matéria da capa. "Enfrente seu Medo".
Por que escolhi especificamente essa revista, dentre todas as outras, para entrar na minha bolsa essa semana? O motivo foi bem simples, como o nome da revista. Eu estava com medo.
Há uns dias encontrei uma taróloga que tinha sido contratada para ler o futuro de todos os convidados da festa (aqueles que quisessem saber do futuro, claro...). Minha primeira reação foi "Deus me livre!"... Mas, depois de muito pensar, cheguei à conclusão de que, se não aproveitasse a chance de saber meu futuro "de grátis", ia me arrepender pra sempre. Então lá fomos nós, eu e mais todo mundo, colocar nossos nomes na lista de atendimento. Era gente que não acabava mais, coitadinha da cigana...
Lá pro fim da festa chegou a minha vez, e, ao contrário da previsão de todos os outros convidados, que depois de ouví-la vieram falar pra gente das fortunas que iriam ganhar, eu ouvi meu destino e preferi me calar. Não tinham fortunas... Algumas alegrias, até mesmo um final feliz, mas uma notícia iria me assombrar pro resto da semana.
Aí, pronto: medo instalado e um soco no estômago que não queria mais sair.
E dá-lhe a Diana andar na rua ouvindo e vendo tudo de novo, as cartas na mesa, os olhos profundos que me falavam das decepções que me aguardavam...
E nada adiantava gritar pra si mesma, "presente, Diana! Volta pro presente! Ele que tu tens, ele é que importa!"... O medo ainda estava lá.
Achei que a revista pudesse me ajudar. Mas só fui ter coragem de ler (lembrando que coragem nem sempre é o oposto de medo) depois que a angústia havia diminuído e eu já tinha caído em mim, e entendido que, na verdade, medo é inútil.
A reportagem, porém, me despertou reflexões interessantes. Por exemplo, que nossos medos não são como os instintos animais, que servem para a própria proteção contra o perigo que se revela nos sentidos. Nós sabemos que vamos morrer, e sabemos que ter medo da morte não faz com que nos livremos dela. Sabemos que podemos ser assaltados, e o medo do assalto faz com que fiquemos em casa, perdendo muitas coisas boas da vida e, ainda assim, que jamais estaremos 100% em segurança.
Mas uma frase da revista me fez dar um novo sentido, uma utilidade ao nosso medo. "Se hoje um dos nossos maiores medos é o de fracassar, é porque uma das nossas maiores buscas é o sucesso." É isso! Os medos servem para que reconheçamos os nossos próprios desejos, nossas vontades, que se escondem atrás deles. Conhece teus medos e vais saber o que procuras. Se tens medo de perder uma pessoa, é porque queres justamente o contrário (ou talvez porque não queres ficar sozinho...). Se tens medo de falar em público, de passar vergonha, de ser julgado, é porque te importas com o que os outros pensam, apesar dos teus maiores esforços em desmentir esse fato. Ao saber esses pequenos detalhes, esses desejos, por vezes defeitos, muitas vezes virtudes, podemos nos conhecer melhor e mudar o que estiver precisando de mudança.
E da mesma forma que o que achamos dificil revela o que a gente ainda não sabe, mas pode vir a saber se enfrentarmos a dificuldade, o medo revela o que ainda não temos, mas podemos vir a ter se enfrentarmos esse monstrengo que a gente, meio inconscientemente, só faz alimentar e acariciar, até que ele nos devora.
Quanto à espiadela no futuro, vá lá, eu tava com medo de saber o que viria, e com razão. Mas enfrentei o medo (ok, só porque a curiosidade venceu), espiei, e agora? Me resta aceitar. A Mitologia, a Literatura e mil filmes já falaram dos perigos que residem na tentativa de mudar o seu próprio destino. Mesmo o Espiritismo diz que somos nós mesmos que traçamos todo esse caminho, antes de nascer. Mas a verdade é que quando reencarnamos esquecemos de tudo, e nem o passado nem o futuro se deixam conhecer por inteiro, até que tenhamos uma consciência completa de nós mesmos e do mundo. Então, pra que se estressar? O presente é o mais perto que eu posso chegar da verdade, e dele depende tudo o que vem depois.
Basta aceitar o presente, e aceitar o presente de grego que o destino às vezes é, e aceitar as pessoas como são, e me aceitar como sou, com minhas vontades, minhas impefeições e todinhos os meus medos.
E por mais difícil que isso seja, não é impossível. E, como eu li na revista, "quem não tenta, não experimenta, já fracassou."
3 comentários:
eu nunca fui na sortista, justamente por medo d ficar encucada! ja pensou? rsrs
espero q tdo termine bem!
beijinhos pra ti e otima semana!
Adorei, Di. Esquecemos disso no nosso dia a dia: o medo é justamente um termômetro dos nossos desejos.
E bem, essas cartomantes mentem! hehe. Ainda mais essa, que já tinha atendido uma multidão. Já devia estar descalibrada.
Pois é, Sarah, eu também tinha, até que esbarrei numa total kostenlos! =) kkk
Mas de que adianta saber o que vem por aí, né? Se tem alguma coisa que possa ser feita, já estamos fazendo sempre. E se não tem nada, não tem nada, paciência! Ficar encucada, ninguém merece né! =P
Lu, tenho tentado lembrar disso sempre que sinto medo ou sentimentos derivados. "O que esse sentimento quer me dizer?" É fácil esquecer, mas depois que a gente lembra é fácil identificar e eu logo me sinto bem de novo. =) engraçado...
E quanto à cartomante, vai ver que é verdade... Mas pelo menos me deu uma boa reflexão né! kkk
Ah! E o teu convite tá lindo! <3
Beijos!
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