segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

The life is beautiful around the world...

Viajar. O que isso significa? Bom, se a gente for prestar atencao em como a palavra normalmente é usada, temos várias possibilidades. A primeira, claro, é sair do seu ambiente diário e passar um tempo em outro ambiente. A segunda, conhecer outros lugares. A terceira acho que seria cometer um equívoco, entender algo erroneamente, ou falar alguma coisa sem sentido. A quarta seria sair da sua realidade, física ou mentalmente.

Mas quando eu digo: viajar. No que você pensa?

Pra mim "viajar" sempre foi me aventurar. Que fosse pra Vila dos Cabanos ou pra Salinas. Eu vou viajar. Ora, eu tô saindo do meu ambiente diário, da minha realidade, para um lugar que eu já conheco, e que gosto. Mas vou me aventurar, fazer coisas diferentes, mudar de ares. E quando eu pensava em viajar pra um lugar que ainda nao conhecia, a aventura era ainda maior. Era uma viagem rumo ao desconhecido (que claro nao era totalmente desconhecido porque isso me apavora), de onde eu traria coisas novas.
Mas sempre que você vai pra um lugar você leva coisas pra lá. Além da sua bagagem, claro, você leva o seu olhar, as suas idéias, as suas opinioes e, mais frequentemente, todos os seus preconceitos. Vou pra Sao Paulo. Credo, aquela cidade cinza, cheia de engarrafamento e poluicao, onde as pessoas falam tudo errado... Vou pra Minas. Eras, aquelas montanhas verdes, que nao acabam mais, aquele frio do cão, onde o povo fala as palavras pela metade... Vou pra Bahia. Credo, eu penso na palavra acarajé e já me dá dor de barriga, aquele povo preguicoso, que vive estirado numa rede, quando nao tao batendo lata... Vou pro Rio. Credo, aquele lugar lindo mas cheio de violência, de assaltos, de gente pobre na rua...
E com os outros países, entao, nem se fala. Fala Paris. Pensa em Torre Eiffel, restaurantes caros e pessoas rudes que nao gostam de falar inglês. Fala Amsterdam. Pensa em pessoas drogadas fazendo sexo sem camisinha. Fala Alemanha. Pensa em Hitler e em judeus morrendo asfixiados e em pessoas falando uma língua dura com caras de poucos amigos. Fala Dinamarca! Hum... Kopenhagem, ah, aquele chocolate... Fala África! Negros morrendo de fome sendo comidos vivos por abutres. Nao? Fala Estados Unidos! Ixi, nem vou comecar. Ah, todos temos preconceitos. E todos temos imagens inacabadas das pessoas dos outros lugares, aquelas pessoas que a gente nao conhece... Mas a impressao que dá é que nunca essa imagem é igual à imagem que temos de nós mesmos.
Eu sempre pensava na Europa como o lugar ideal pra se viajar, aquele lugar dos sonhos, onde tudo é perfeito e as pessoas sao assim e assado, mas como quer que fossem, eram superiores, só porque moravam na Europa. A mídia, os filmes, a propaganda que se faz desses lugares é tao grande que, ou a pessoa ama porque acha que é o lugar ideal, ou a pessoa odeia porque o lugar é ideal demais.
Sei lá, posso estar falando besteira... Mas a verdade é que eu nunca tive uma imagem real de como as coisas eram fora do Brasil. Como eu ia saber? Quem já foi fala, os filmes falam, mas sempre fica aquele preconceito martelando. Nao falo de preconceito tipo discriminacao, mas pré-conceito, aquela idéia que se tem antes de conhecer a coisa em si.
E quando você de fato chega no lugar, e mais ainda, MORA no lugar, e conversa com as pessoas, e convive com a cultura, e ouve as opinioes, e vive o mesmo dia-a-dia, alguma coisa em você muda, e aqueles pré-conceitos comecam a ser derrubados, e você acaba descobrindo que vocês sao todos iguais.
Essa é a minha descoberta.
Somos todos iguais, nao importa quanto dinheiro eu tenho, quanta melanina eu tenho, nem quantos R's ou L's tem no meu idioma. Nao importa onde eu nasci nem quantas paisagens bonitas tem no meu caminho de casa pro trabalho. Todos nós temos problemas, todos nós temos medos, todos temos sonhos e desejos de vê-los realizados. Todos queremos ser felizes. Todos queremos ser amados. Todos queremos nos sentir em paz.

Hoje vi os vídeos com a entrevista do Robert Happé que o Felipe mandou, gracas ao email sobre o Robert Happé que a mamae mandou. Porque é assim, basta a gente lembrar de uma pessoa quando lê uma coisa legal, e mandar pra essa pessoa, porque essa pessoa vai passar adiante, e a corrente do bem se constrói.

No vídeo ele falou, entre muitas coisas lindas, uma que eu anotei e que transcrevo aqui.

"Eu viajei pelo mundo todo, e nunca encontrei um povo que nao fosse capaz de amar."

Tudo se resume à capacidade que nós temos de amar, e à prática que damos a essa capacidade. Porque se você ama uma pessoa, e mostra esse amor, nao tem como essa pessoa nao te amar de volta. Nao falo de amor sexual. Mas amor humano, o amor que é o contrário do medo, e nao do ódio. O amor que constrói e que cria, e que é capaz de mudar o mundo. O amor que toda crianca precisa receber, e que toda crianca nasce capaz de doar.

Porque você pode estar em qualquer parte do mundo, mas quando você poe em prática esse amor, você nunca está sozinho.






Aqui estao os vídeos do Robert Happé, pra quem quiser assistir:

http://www.youtube.com/watch?v=ZMRlBAHS1XI
http://www.youtube.com/watch?v=5lEEsZg1m98&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=dgPSUb_pnIo&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=Z8SWTpLkLig&feature=related

Um comentário:

Vânia Florim disse...

Amei seu blog, Diana!! Quanta sensibilidade, maturidade, quantas descobertas, quanta beleza! Parabéns! Foi um prazer imenso te visitar. Um abraço bem apertado pra você.