sábado, 31 de janeiro de 2009

Berlim v.1.0

Dia 13 de Janeiro, dez pra onze horas da noite, recebo um email da minha prima dizendo que estava chegando em Berlim, e perguntando se eu nao tinha como ir pra lá. Era uma terca-feira. Minhas folgas sao nos fins de semana. Meu dinheiro estava sendo guardado pra levar pra Paris, e a passagem de trem Hamburgo-Berlim de última hora custava 136 euros ida e volta.
A resposta, claro, foi nao, nao dá.
Eu já tinha dado boa-noite, vestido o Schlafanzug e escovado os dentes, e quando fui desligar o notebook tinha um novo email. A gente te dá a passagem, vem amanha e volta amanha mesmo.
Como assim!!! Viagem surpresa pra Berlim, no meio da semana, pra encontrar minha prima linda, e ainda kostenlos (de graca)!! Demais pra mim.
Me enchi de coragem e perguntei pra Manuela se eu podia ir. Ela falou que nao tinha época melhor pra fazer isso, porque o Willi ainda estava de licenca paternidade, portanto em casa e com tempo pra ajudar com o bebê.
Entao fiquei até uma da manha arrumando minhas coisas, colocando as roupas lavadas em cima do aquecedor pra secar, arrumando a mochila e separando a roupa que eu iria usar no dia seguinte. Nao consegui dormir direito, com medo de perder a hora. Peguei o trem das 5:54 da manha, acordando às 4:30. Quer dizer, acordando nao, levantando, porque acordada eu já tava há muito tempo.
Cheguei na estacao e comprei minha passagem, que era para 7h da manha. Assim, eu ia ter meia hora pra comprar alguma coisa e tomar café, e assim o fiz.
A viagem foi relativamente rápida, mas definitivamente agradável, o trem era lindo e novinho, e eu sentei no vagao restaurante, dividindo a mesa com mais dois senhores. Um lia o jornal, outro trabalhava (acho que era advogado) e eu lia meu livro sobre a Pedagogia Waldorf que, devo aproveitar pra dizer, me deixa cada vez mais apaixonada!!
Li a viagem toda, e quando nao estava lendo, estava olhando a paisagem que amanhecia, e tentando tirar fotos. Mas o trem era rápido demais, e todas as fotos ficaram borradas...


A paisagem na janela.

Bom, cheguei em Berlim e lutei pra me achar. A Hauptbahnhof de lá é totalmente diferente da de Hamburgo, e o funcionamento é parecido, mas nao igual, de modo que demorei pra achar o caminho que eu deveria tomar, e mais ainda pra comprar a passagem (tem uma máquina pra pedir o bilhete e outra pra pagar - que idiotice!).
Depois a luta foi achar o caminho pro Hotel deles. O Google Maps tinha me dito mais ou menos por onde ir, o que me ajudou na hora de perguntar onde ficava a rua tal ou a rua tel.
Peguei S-Bahn, Bus e fußweg (caminho a pé =P) (se lê Fúss Vek). Encontrei o hotel e, que feliz, a moca da recepcao disse que eles tinham... saído!!! Chorei, esperneei, pedi pelamordedeus, o que que eu faco? (tudo em alemao!) E ela disse que nao podia me ajudar em nada, e eu já tava quase desistindo quando ouvi a voz da Lu "Di?". Dhâr, eles estavam no restaurante tomando café da manha, e tinham deixado recado na recepcao pra eu encontrá-los lá, mas a mulher esqueceu. Lesona.
Ai, abracar a Luciana e o Flávio foi um alívio, aliás abracar qualquer pessoa aqui é um alívio, porque dá a sensacao de estar em casa. Aquilo que falam sobre europeus serem frios etc, nao é verdade, eles sao muito gentis (pelo menos as pessoas de Hamburgo) e sorridentes, muito educados e acolhedores, mas nao abracam se nao sao da família ou se nao sao melhores-amigos-de-infância. Nao basta ser amigo de infância, tem que ser o melhor amigo!!
Bom, eu, brasileira, com mania de abracar até quem eu acabo de conhecer, sofro um pouco com a idéia de que ninguém me curte, assim, um sentimento de rejeicao, mas a gente supera. kkk
Por isso eu descarrego todo o meu desejo por um abraco nas pobres pessoas gentis que ousam me abracar por aqui, e eu tenho que me controlar muito pra nao apertar tao forte e pra largar logo. kkk
Enfim, voltando à história. Pegamos um daqueles ônibus de turismo que a gente paga pelo dia, senta lá em cima, ouvindo a narracao em seis línguas (nao tinha português ¬¬) sobre os prédios e os lugares que a gente passa, e pode descer, andar, voltar, subir e descer de novo etc.
Foi divertido, vimos quase todos os pontos turísticos (de fora), descemos em alguns (mas só olhamos de fora) e subimos em um deles, a torre da tv, com a construcao mais alta da Europa, se nao me engano.
De lá a gente vê Berlim todinha, porque é um círculo e a gente pode andar. E tem dois andares. O primeiro é a vista panorâmica e o segundo é um café-restaurante giratório! A gente senta na mesa e a paisagem da janela fica giraaando, e dá uma volta completa a cada 30min. É bem legal. =) Só nao foi legal a comida que a gente pediu, nós e o nosso alemao perfeito (e inglês), nao entendíamos muito bem o que estava dizendo no cardápio (eu acho mesmo é que o cardápio foi mal escrito) e pedimos umas coisas, assim, exóticas, pra nao dizer ruins. =P
Saímos de lá com pressa e quase sem tocar na comida, e com muita raiva da garconete mais atrapalhada que eu já vi na vida.


A vista de cima da torre.


O almoco.

Outro lugar que a gente entrou foi uma fábrica de chocolate que tinha todas essas coisas lindas feitas de chocolate, e umas esculturas de chocolate e uma fonte de chocolate em forma de vulcao... Era lindo!! E foi dica do motorista do ônibus de turismo. kkk
Encontramos também alguns pedacos do muro de Berlim que estao espalhados pela cidade... É muito engracado, você tá andando e de repente tem um pedaco de concreto (ou três) todo colorido e com chicletes grudados do lado... =P~~~ E vimos um lugar super impressionante com blocos que lembram túmulos (mas nao sao), uma construcao em homenagem aos judeus mortos durante a guerra...


Memórias da guerra.


Pedaco do muro de Berlim.


Pichacao no muro.


Chicletes no muro.



Enfim, depois do almoco nao deu tempo de fazer muita coisa a nao ser voltar pra Hauptbahnhof, porque eu tinha um trem pra pegar pra voltar pra casa... Mas eu me diverti muito, e foi definitivamente uma aventura surpresa. =)
Meu trem atrasou, cheguei em Hamburgo tarde, supercansada, perdi minha aula de alemao... Mas ah, quem liga? Eu ganhei abracos! =D


Konzerthaus


Brandeburg Gate


Os donos dos abracos!



Essa era só uma das esculturas que tinham num estande da Legoland Deutschland. =) Um Einstein de Lego! E tinha a minha altura, eu acho! E os olhos mexiam!
Reparem nos personal dentistas dele. Prontinhos pra escovar a língua. kkk




Uma propaganda que tava numa farmácia em Berlim. Diz assim: "Pouco cabelo? Ronaldo usa Crescina. (disponível) nesta farmácia."

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